Aqui no escuro,
Onde durmo sossegada,
Sinto
Um quentinho que adoro,
Uma mãe amada.
Os meus dias passam
Sem muito para contar.
Mas…
Hoje é diferente.
Tudo vai mudar.
Acordo mal disposta,
Na posição errada.
Quem
Se atreveu a virar-me?
A pôr-me zangada?
Não é justo!
O conforto foi-se.
Furiosa,
Estico uma perninha
E prego um coice.
Mas nada muda.
E não me consigo mexer,
Pois,
De pernas para o ar,
É difícil ver.
Mas, de repente,
À minha frente, o que vejo?
Será
Essa luz do dia,
Com que sonho e desejo?
A escuridão acabou,
E o quentinho também.
Com
A luz veio,
A voz de alguém.
Faço força então,
Quero me ir embora.
Mas…
Preciso de ajuda,
De alguém de fora.
Um segundo depois,
Vejo a luz estreitar.
Sinto
Duas mãos puxarem-me,
E deixo-me levar.
De repente, estou cá fora,
E a luz é ofuscante.
Oh!…
Mal consigo abrir os olhos,
É muito angustiante.
Mas finalmente lá o faço,
E deixo entrar o ar.
Não sem,
Com a boca escancarada,
Um grande berro soltar.
Colocam-me então,
De novo no quentinho.
Porque
Ao meu lado sinto
Outro corpinho.
Olho para cima,
Com o olho esbugalhado.
Rendida, vejo…
Uma senhora bem bonita
De olhar apaixonado.
PARABÉNS, MÃE!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
sábado, 27 de junho de 2009
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